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Cumprindo a minha função.

É com o coração alegre e um senso de propósito que compartilho hoje esse texto. Se você, como eu, encontra um profundo significado em folhear as páginas da Bíblia com propósito de encontrar o que DEUS quer te falar e, ao mesmo tempo, sente o pulsar da vida da igreja em suas veias, então este nosso tempo aqui será especial. Quantas vezes nos sentamos nos bancos de nossas igrejas, maravilhados com o culto, tocados pela música, edificados pela palavra, e nos sentimos como meros espectadores de algo grandioso?

A música nos envolve, a mensagem nos confronta, a comunhão nos aquece. Mas, em meio a tudo isso, uma pergunta silenciosa pode surgir no fundo da nossa alma: “Qual é, de fato, o meu lugar em tudo isso? Além de frequentar, qual é a minha real função?”

Essa é uma das perguntas mais importantes que um cristão pode se fazer. E a resposta, não é um mistério indecifrável guardado a sete chaves. Pelo contrário, é um convite prático e acessível. O apóstolo Paulo, em sua carta à igreja de Éfeso, nos entrega uma das mais belas e funcionais descrições da vida da igreja. É um texto que, para mim, serve como um mapa, uma bússola para a nossa vida ministerial.

Vamos mergulhar juntos nesta verdade transformadora, contida em Efésios 4, versículos 15 e 16, na Nova Versão Transformadora (NVT):

“Em vez disso, falaremos a verdade em amor, tornando-nos, em todos os aspectos, cada vez mais parecidos com Cristo, que é a cabeça. Ele faz que todo o corpo se encaixe perfeitamente. E cada parte, ao cumprir sua função específica, ajuda as demais a crescer, para que todo o corpo se desenvolva e seja saudável em amor.”

Que palavras poderosas! Elas são o epicentro do nosso artigo de hoje. Vamos desmembrar essa passagem, conectá-la com outras referências e, o mais importante, descobrir como podemos viver essa realidade em nosso dia a dia, seja no voluntariado, no serviço durante o culto ou no cuidado mútuo com nossos irmãos.

O Corpo Bem Ajustado: Entendendo a Metáfora de Paulo

A imagem que Paulo usa aqui é a do corpo humano. Não há metáfora mais perfeita para a Igreja. Pense no seu próprio corpo por um instante. Cada órgão, cada membro, cada célula tem uma função. O olho não pode dizer à mão: “Não preciso de você”. O coração não pode operar sem o pulmão. Há uma interdependência divina, uma sinfonia de funções que resulta em vida e movimento.

Paulo nos diz que Cristo é a Cabeça. Isso é fundamental. Todo comando, toda direção, toda vida flui d’Ele. Nós não somos um corpo acéfalo, agindo por conta própria. Somos um corpo cujo cérebro, cujo centro de comando, é o próprio Cristo. Nosso crescimento, nosso objetivo final, é nos tornarmos “em todos os aspectos, cada vez mais parecidos com Cristo”. O serviço não é sobre nós, sobre ganhar destaque ou reconhecimento. É sobre refletir a imagem do nosso Cabeça.

E aqui está o clímax da nossa reflexão: “E cada parte, ao cumprir sua função específica, ajuda as demais a crescer”.

Esta frase deveria ecoar em nossas mentes e corações. O crescimento saudável da igreja não depende apenas do pastor, dos presbíteros ou de um pequeno grupo de líderes. Ele depende de CADA PARTE. A vitalidade do todo está intrinsecamente ligada à funcionalidade de cada um de nós. Quando uma parte decide não cumprir sua função, o corpo inteiro sente. Pode ser um pequeno desconforto, uma sobrecarga em outra parte ou até mesmo uma debilidade.

Eu, como voluntário na minha igreja, vejo isso de perto. Se a pessoa responsável por passar as letras dos louvores não está atenta, a igreja se perde e a adoração é afetada. Se a equipe de acolhimento não está na porta com um sorriso sincero, o visitante pode se sentir invisível e desconsiderado. Se a professora do ministério infantil não prepara sua aula com zelo, estamos falhando em nutrir a próxima geração. Cada função, por menor que pareça, é crucial.

O resultado final, segundo Paulo, é que “todo o corpo se desenvolva e seja saudável em amor”. O amor não é apenas o sentimento que nos une; é o ambiente, a atmosfera na qual o corpo cresce. Servir, portanto, é a mais prática e poderosa expressão do amor.

O Chamado para Servir: Mais que uma Sugestão, uma Identidade

O serviço no Reino de DEUS não é um programa opcional para os “supercrentes”. É parte integrante da nossa identidade em Cristo. O próprio Mestre nos deu o exemplo supremo. Em Marcos 10:45, Jesus declara seu manifesto de vida:

“Pois nem mesmo o Filho do Homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”

Se o Rei do Universo, o Criador de todas as coisas, se curvou para lavar os pés dos seus discípulos e deu Sua vida por nós, quem somos nós para aspirar a uma vida de conforto e autoatendimento dentro da igreja? O serviço não nos rebaixa; ele nos torna mais parecidos com Jesus.

Essa verdade é reforçada em diversas outras passagens. Em 1 Pedro 4:10, lemos:

“DEUS deu a cada um de vocês um dom. Usem-no para servir uns aos outros. Sejam bons administradores da graça de DEUS em suas várias formas.”

Observe a linguagem: “DEUS deu a cada um”. Ninguém foi esquecido. Não existe cristão sem um dom, sem uma capacidade dada por DEUS para edificar o próximo. A pergunta não é se você tem um dom, mas qual é o seu dom e como você o está usando. Somos chamados a ser “bons administradores”. Isso implica responsabilidade. Recebemos algo precioso da parte de DEUS, não para enterrá-lo, mas para investi-lo no bem do Reino.

Lembro-me da Parábola dos Talentos em Mateus 25. O senhor não elogiou os servos que receberam cinco ou dois talentos apenas pela quantidade que tinham, mas porque eles “negociaram” com o que receberam. Eles puseram para trabalhar os recursos que lhes foram confiados. O servo que foi repreendido não foi aquele que tinha pouco, mas aquele que, por medo, não fez nada. Quantas vezes o medo de errar, a síndrome do impostor (“não sou bom o suficiente”) ou a comparação (“o dom do fulano é muito mais impressionante”) nos paralisam e nos levam a enterrar o talento que DEUS nos deu?

Da Teoria à Prática: Encontrando e Exercendo Sua Função

“Tudo isso é muito bonito, mas como eu descubro a minha função específica?” – você pode estar se perguntando. Essa é a jornada mais empolgante da vida cristã. Deixe-me compartilhar alguns passos práticos que aprendi em minha própria caminhada e observando tantos irmãos fiéis servindo ao meu redor.

1. O Ponto de Partida: Oração e Autoconhecimento

Tudo começa em um diálogo sincero com o Cabeça do Corpo, Jesus. Separe um tempo para orar especificamente sobre isso. Apresente-se a DEUS com um coração disponível: “Senhor, eis-me aqui. Onde eu me encaixo no Teu Corpo? Como posso ser útil?”.

Junto com a oração, vem o autoconhecimento. DEUS geralmente nos equipa de acordo com a forma como Ele nos criou. Pergunte-se:

2. O Voluntariado Ministerial: Mãos à Obra na Casa de DEUS

Uma vez que você tem algumas pistas, o próximo passo é experimentar. O voluntariado ministerial é o laboratório onde descobrimos e aprimoramos nossos dons. Uma igreja saudável tem uma pluralidade de ministérios, visíveis e invisíveis, todos essenciais. Aqui cito alguns, para exemplificar e elucidar o meu ponto.

Não tenha medo de começar pequeno. Converse com o líder do ministério que te interessa e diga: “Gostaria de servir como voluntário e aprender. Onde posso ajudar?”. A disposição para aprender e a humildade para começar com tarefas simples são as portas de entrada para um serviço frutífero.

3. O Serviço no Culto: Facilitando o Encontro com DEUS

Cada culto é uma oportunidade sagrada de encontro entre DEUS e Seu povo. Cada função exercida antes, durante e depois do culto contribui para esse ambiente de adoração.

Quando você chega mais cedo para ajudar a arrumar as cadeiras, você não está apenas movendo móveis; você está preparando um lugar para que alguém encontre descanso e ouça a voz de DEUS.

Quando você opera os slides com atenção, você não está apenas apertando botões; você está ajudando a congregação a declarar verdades eternas em uníssono.

Quando você serve no berçário, permitindo que pais jovens possam participar do culto sem interrupções, você não está apenas “cuidando de crianças”; você está ministrando a toda uma família, permitindo que sejam alimentados espiritualmente.

Mude sua perspectiva. O serviço no culto não é uma obrigação ou um fardo. É o privilégio de ser um “facilitador do sagrado”, um cooperador de DEUS na edificação do Seu povo. É a sua parte específica ajudando as demais a crescer.

4. Servindo os Irmãos no Dia a Dia: O Ministério Fora das Quatro Paredes

Finalmente, cumprir nossa função não se limita aos programas oficiais da igreja. A verdadeira vida do Corpo de Cristo acontece no dia a dia. Como Paulo diz, devemos falar “a verdade em amor”. Isso acontece em nossas conversas, em nossos relacionamentos.

Essa é a “justa cooperação de cada parte” em ação. É o amor se tornando tangível, prático e real. É assim que o corpo “efetua o seu próprio aumento”, crescendo de dentro para fora, em um ciclo virtuoso de cuidado e serviço mútuo.

Superando os Obstáculos no Caminho do Serviço

Sei que, ao ler tudo isso, algumas barreiras podem surgir em sua mente. Deixe-me abordar algumas delas com o carinho de um irmão.

O Privilégio de Ser uma Parte Ativa

Amados, ser um espectador na casa de DEUS é perder um dos maiores privilégios da vida cristã. DEUS nos chamou para sermos participantes ativos, membros funcionais, juntas que conectam e fortalecem.

Voltemos a Efésios 4:16. Quando cada um de nós cumpre sua função específica, o corpo inteiro se desenvolve e se torna saudável e forte. Sua obediência em servir não abençoa apenas você; ela transborda e edifica toda a sua comunidade de fé. Você é uma peça essencial no plano divino de DEUS para a Sua Igreja.

Hoje, eu o convido a sair do banco dos espectadores e entrar em campo. Ore. Observe. Converse. Dê um passo de fé. Descubra a alegria indescritível de ser usado por DEUS para fazer a diferença na vida de alguém. Encontre sua função específica e cumpra-a com zelo, excelência e, acima de tudo, amor.

Pois é assim que nos tornamos, juntos, um corpo bem ajustado, crescendo em tudo em direção Àquele que é a Cabeça, Cristo Jesus.

Com carinho e em oração,

Voluntários amoservir.org

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